sábado, 26 de novembro de 2011

Abusada

Teu amor faz sentido
Ricocheteia no meu vestido
Balança as cerdas
Absorve meu reflexo imberbe
Toca tanto meus fios que já nem sei mais
Soa como corrilheira
Deságua em qualquer mar
É cachoeira, pasto, grama fresca
Se tu soubesses como te admiro
Soltaria fogos na Tiradentes
Ou até no meu quarto mesmo
Esperaria eufórico a minha serenata
Eu no teu lugar
Nós sem caminhos tristes
Só por tua alegria
Meu regozijo é só de sonhar.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Palma Nos Ares

Encarcerados na sua própria falha
Ou liberdade não dada, errada
Dismitifica os que se escondem por trás da lua e obedecem
Vem me dar esse gosto, pai
Esmaecer, enterrar o tesouro de além
Pois brotou já o que lhe foi plantado
Difícil só acreditar no que vem
Como se não fosse desconhecido
__________________________/ Risada fingida

Por tua soberba, apenas ilude o sofrimento, despista
O algoz de mão calejada urra
Teus escritos serviços em linhas danificadas
Martirizados mais tarde por aqueles ignorantes
Se julgam inéptos, porém crédulos
Da própria desgraça arrancam - talvez por orgulho - desonra forçada
Negro, o peito de aço
Pés de cansaço
Precedentes dos poemas de amor e confrarias
A calmaria: fantasiada
De força vazia, enxuta, se erguia seu emblema

Servos do próprio sufoco
Apenas aliviados pela falácia
De tal falsa e pretensa liberdade que viria um dia.

Reclusão

Apagou a luz e ficou em coma um pouco mais
Olhando o chão em azulejo personificado
Segurou os restos da já tão ofegante respiração
Procurando a ilustração de que rei seria
Para aqueles que lhe recomendaram cuidado

Só ligou e pediu 2 minutos na rua, de conversa
De se jogar fora
Porque porra nenhuma essa história
de que tudo passa
Fica só bonito emoldurado num quadro
Na sala, pendurado
Um adorno carbonizado
Presente, sutil e solitário

Olhar cansado sobreposto
E ainda quer tudo, nem nada
Quer que tudo seja incógnito
Ó, mocidade abençoada!
É o modo talvez, errado
Incrusta-lhe na felicidade forjada
Porque tudo passa, passa porra nenhuma

Em conversa, estressa o vigário
Confessa ao pai que já falou pra mãe
E esta, por sua vez, alerta
Reconhece sua criancisse um pouco poupada dos melindres
Na grama alta do terror derradeiro, sequestraram-lhe o sossego
É maçaneta girada
Torrente de águas passadas
Chegou... como quem não quer nada.