segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Fetos, Descaminho e Mundo Novo

Onda de clichês previsíveis, sedentários e doentis
Marcam toda essa geração de falhas, escurecidos
Vãos de vaidade sem firmamento
Outros, vão de silêncio, onde procuram encontrar-se
Em tal espreitadeira noite sem demarcação exata de fim
Declaro: Sou tempero, riso e ferramenta de mim

E assim, vão seguindo atrás do muro, brincando de galho em galho,
Fingindo integridade, calçados de pavor pelo inesperado
Padecimento infligido pelo auto-conhecimento de seus superiores
Pernoitam mais em solidão, apesar de estarem acompanhados
Por três, quatro mentes descaradamente vis
Armados até os dentes de chacotas e desculpas sujas
Declaro: Sou de pé a cabeça nulo

Açoitam todos os sábados, todos os domingos
Com a mente enegrecida pelo que almejam para o dia seguinte
Domingos de internação residencial
Alguns ainda tentam ocutar-se sob algumas vitórias
Encaradas pelo restante do mundo como dignas de respeito
E a coisa mais importante não está aí
Nem humildade, nem tentativa de evolução
Úmidas sentinelas frias vagueam seus corações necessitados
E eu continuo petrificado, assustado
Dez, vinte, trinta mil canhões: a velha densa lama de falsidade
Declaro: Saio sem pedir licença.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Engasgo

Içar a desordem, eletrizar o caos latente
Oh, chuva de meteoros que agride essas luas molhadas de motim
Destape esse céu agitado, que aqui debaixo, se afogando em
Todos os barris de ácido cianídrico, encontram-se esses
Pobres mortais que outrora se faziam de mortos para despistar a fome
A carta incitava e dizia "se mande enquanto há tempo"
Mas a monotonia tomou conta da minha pobre alma
Agora eu remo em busca de inspiração continua e perversa,
Afim de atracar-me em corais enxutos, insentos das intempéries
dessas terras ou mares ----------------------------------------
Mas, como eu ia dizendo, afoga-te em outro peito, desalento
Ancora-te em outro cais, pois perdidos já estão os andarilhos
E ainda acostumam-se a beijar todo tipo de serpente

Sensato / desequilibrado / resoluto
Eu tenho que vencer a impaciência que me cai
Pelos bolsos furados
Que se ergam as muralhas e se levantem
as palmeiras lá no final dessa vista bela
Mas o horizonte continua o mesmo: distante

Enquanto eu me calo, eu vou nadando rumo à superfície
Pois há muito tempo já se foi o sabor do oceano.